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Bellintani rebate críticos da venda do Fazendão e explica: 'Bahia não tem risco'

 


O presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, rebateu, nesta terça-feira (6), os críticos da venda do Fazendão, antigo Centro de Treinamentos do clube que está inutilizado. Em entrevista ao programa BN Na Bola, da rádio Salvador FM 92,3, apresentado por Emídio Pinto, Glauber Guerra e Ulisses Gama, o mandatário fez questão de ressaltar que paga uma quantia muito alta para manter o local. 

"Só de juros nós pagamos R$ 200 mil por mês. Aqueles que defendem que a gente deveria preservar o Fazendão têm que pensar em como o clube vai suportar um juros desse tamanho e manter um patrimônio inutilizado", declarou, e complementou: "Eu acho inadimissível, após um processo histórico como a gente teve ontem, de venda do Fazendão, um terreno que dá um prejuízo enorme, as pessoas que só querem o retrocesso ficarem inventando que o Bahia pode ter um prejuízo. 


É uma versão que não condiz com a realidade. Mais de 90% dos conselheiros votaram favoravelmente. Viram e reviram o processo. O vídeo está disponível. Uma transparência que não acontece em nenhum clube do Brasil. Me desculpa, mas a gente precisa estar alinhado a pessoas que queiram o bem do Bahia". 

 

Nesta terça-feira (6), o grupo +Bahia, oposição à atual gestão, declarou não concordar com a venda do Fazendão pelo valor de R$ 22 milhões por dois motivos: "o clube não apresentou o estudo de avaliação do imóvel com base no potencial construtivo e VGV (Valor Geral de Vendas), como o presidente Guilherme Belintani se comprometeu em reunião  do Conselho Deliberativo, sobre o mesmo tema, realizada em 09 de março de 2020" e o "Parecer do Conselho Fiscal aponta que a proposta apresentada pela incorporadora MRV, no item 2.3, impõe ao Esporte Clube Bahia um risco, que deve ser da MRV". 

 

A venda será feita no seguinte esquema: a MRV pagará 18 parcelas de cerca de R$ 489 mil e mais 12 no valor de R$ 1,1 milhão. À Salvador FM 92,3, Bellintani explicou a situação e voltou a rebater as críticas. "Fizemos três avaliações com peritos da Caixa Econômica Federal, que avaliaram o imóvel por um preço menor do que estamos vendendo. 


Me desculpa, mas ou é ignorância ou má fé de quem está dizendo que o Fazendão está vendendo por um preço baixo. Se acha que está tão barato assim, compre, ou arranje alguém que compre, ao invés de ficar dizendo 'balela' em rede social. Recebemos uma [única] proposta. O sócio do bahia tem o bom senso de entender que se o preço estivesse tão baixo teríamos uma fila de compradores", destacou. 

 

E ainda rechaçou o suposto risco corrido pelo Bahia. "O Bahia não tem risco nenhum. Se quiser receber algum valor antes do momento zero da construção, e o projeto não for aprovado, tem que devolver esse dinheiro. O risco máximo é esse, devolver o dinheiro recebido, se não quiser receber nada antes", disse. 

 

Após a aprovação do Conselho Deliberativo (lembre aqui), a proposta será avaliada pelos sócios em Assembleia Geral Extraordinária, que ainda terá a data definida. Apesar da proposta da MRV, o Bahia segue aberto a novas ofertas. "É um leilão o que estamos fazendo. Quem pagar mais vai levar", lembrou Bellintani. 

 

O valor da futura venda será inteiramente revertido para o pagamento de dívidas trabalhistas. "[Investir em] Aquisição de atletas de forma nenhuma, e em estrutura já investimos bastante no CT Evaristo de Macedo, justamente para vender o Fazendão. O Conselho entendeu que o caminho é que a receita originária seja para pagar dívida. O clube deve demais, principalmente em dívida trabalhista", afirmou o presidente tricolor. 

 

Confira outros trechos da entrevista: 

 

Renovação com Gilberto 

 

"Sobre Gilberto, manteremos os pés no chão, mas faremos esforços para que ele fique no clube pelos próximos anos. Gilberto é muito carinhoso com o clube, sempre diz que é o clube pelo qual mais jogou, mais fez gols, e acho que isso pode ser determinante para as negociações. Não faremos loucura, mas estamos preparados para fazer esforço pela permanência de Gilberto". 

 

Possíveis contratações 


"[Um centroavante cascudo] Estava palavrado, fechado, redigindo contrato, e em cima da hora não foi possível por uma questão financeira valores que não podiam. Desistimos dessa negociação e passamos a buscar outro atleta. E temos duas negociações muito avançadas. Uma muito próxima e outra com tratativas avançadas. Se não acontecer nada na próxima semana, é porque questões financeiras impediram. Estamos negociando num patamar que conseguimos pagar. 

Se não conseguirmos, voltamos à estaca zero (...) Acho que a gente merece mais, pode mais, mas não temos dinheiro. Prefiro tomar porrada por falta de contratação do que por contas que faltam pagar. Teremos contratação ainda no Campeonato Brasileiro, mas com equilíbrio. Antes da pandemia tínhamos 45 mil sócios. Quando ganhamos o título do Nordeste tínhamos 24 mil. 

Agora temos 18 mil sócios. Vejam que depois do título, perdemos 6 mil sócios. Como é que paga conta? Será que o torcedor quer um clube que se afunde financeiramente? Um ano com grandes contratações e cinco seis anos de lamentações por não conseguir pagar contas. Não posso fazer contratações como se dinheiro nascesse em árvore. Para mim seria simples sair assinando cheque, mas depois de 5 anos isso estourasse no próximo presidente. 

A torcida tem que nos ajudar. E aqui não é uma reclamação com quem não pode estar em dia por problemas financeiros. Mas poderíamos ter 2 milhões a mais na folha se tivéssemos a mesma quantidade de antes da pandemia. O mesmo torcedor que pede contratação, é o que reclama se não conseguirmos pagar a conta de luz". 

 

Libertadores ou evitar rebaixamento? 

 

"Eu diria que é uma mistura de pés no chão e cabeça nas estrelas. A gente tem noção das limitações, que o elenco precisa de peças, precisamos fazer uma folha 20 ou 30% menor do que no ano passado e ainda assim estamos com um time se mostrando mais competitivo. É possível a gente ter um protagonismo nesse campeonato. O dia a dia no CT é dizer o seguinte: vamos com humildade, mas entendendo que podemos fazer um bom campeonato, melhor do que o que a gente tem feito nos últimos anos". 

 

Possível volta do público aos estádios

 

"A gente sempre tem dito que o Bahia vai seguir o que as autoridades indicarem. Eu estou muito ansioso, quero demais, mas tem que ser no momento adequado para que não gere novos ciclos da pandemia. Assim que autorizarem, estaremos prontos para essa volta".  BN

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