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Dívida financeira pode ter sido a causa da morte de taxista, dizem vizinhos

Uma dívida financeira pode ter sido a motivação da morte do taxista Elton Souza de Araújo, de 30 anos, na noite desta sexta-feira (5), no bairro do Vale dos Lagos, em Salvador. De acordo com vizinhos, ele devia dinheiro para agiotas e há cerca de dois meses teve a casa invadida e pertences levados para cobrir as dívidas. Os vizinhos contam ainda que no mesmo dia do crime, pessoas em um Celta preto,  características do mesmo veículo usado no crime, procuraram o taxista para fazer cobranças. 
De acordo com testemunhas, momentos antes do crime Elton estava em uma festa e deixou o local depois de receber uma ligação do pai, o taxista Edvaldo Silva Araújo, 60 anos. Ao chegar na Rua Milton Santos, onde morava, ele encontrou um grupo de pessoas e parou para conversar, quando todos foram surpreendidos pelos criminosos, três homens que desceram do Celta preto e iniciaram os disparos. "O carro parou atrás do caminhão e três homens saíram com os rostos cobertos. Quando viram Elton gritaram: 'olha ele ali' e começaram a atirar", conta uma testemunha que prefere não se identificar. 
O taxista foi baleado nas pernas e nas costas. Ele foi socorrido para o hospital Roberto Santos, mas não resistiu aos ferimentos. Além dele, o estudante Wagner Félix da Silva, de 19 anos, foi atingido na nuca pelos disparos. "Wagner só foi atingindo porque na hora o alvo dos bandidos, Elton, correu na direção dele", contou uma outra testemunha que optou pelo anonimato. Wagner foi socorrido para o hospital São Rafael e passou por cirurgia. O jovem está internado na UTI da unidade e o estado de saúde é grave. 
Renda
Apesar de vizinhos cogitarem a possibilidade de a morte de Elton está relacionada com uma dívida com agiotas, o pai dele, o taxista Edvaldo disse não entender o porquê da morte do filho. "Ele não era envolvido com nada, um rapaz direito, trabalhador. Além de taxista, ele mantinha um lava-jato como complemento de renda", disse o Edvaldo. 
Edvaldo disse que estava em casa quando ouviu os disparos. "Foram muitos. Pensei até que foram fogos por causa das Olimpíadas", contou. Segundo ele, momentos antes, o filho chegou em casa de uma festa no bairro, falou com ele e depois saiu. "Pensei que ele tinha saído com o carro, mas vi que a chave estava em casa. Então, achei que foi ver a namorada, que mora aqui perto. Foi aí que ouvi os tiros e em seguida os vizinhos me disseram que meu filho tinha sido baleado", conta o taxista. 
Cirurgia
Pai de Wagner, o eletricista Maurício Vasconcelos Gonzaga, 46, disse que o filho reagiu bem a cirurgia. "Os médicos falaram que ele é um menino forte, que ele vai reagir, que é para a gente rezar, que, apesar de ele está na UTI, é para mantermos a calma e fazer as visitas e que a cirurgia foi bem sucedida", declara Maurício. 
O eletricista disse que o filho é aluno do 1º ano do Colégio Estadual Aplicação Anísio Teixeira. Ele não escondeu sua revolta. "Infelizmente, meu filho que não tinha nada a ver com a história, acabou pagando", declara.
Wagner é atacante de um time de futebol do bairro que faz treinos semanais no Centro de Treinamentos do Galícia. Neste domingo, ele participaria de um torneio de futebol e já estaria com tudo certo para fazer parte do time sub-20 da Juazeirense. "Tenho fé que ele vai sair desta", disse a mãe do rapaz, a dona de casa Edneide Félix, 39. A polícia vai investigar o caso. (Correio)

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