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Investimentos das montadoras no Brasil sobem para R$ 115,5 bi na década após anúncio da Honda


Na última sexta-feira (19), o time de montadoras de carros que anunciaram novos investimentos no Brasil ganhou mais uma adesão. A Honda revelou o plano de R$ 4,2 bilhões, até 2030. Como outras já sinalizaram, os recursos serão usados, em grande parte no desenvolvimento de veículo híbrido que pode ser abastecido com etanol. “Esse é o tamanho da confiança no Brasil”, destacou vice-presidente comercial da Honda Automóveis, Roberto Akiyama, que esteve em Brasília para anunciar o novo plano ao governo.


Recentemente, a direção da BMW também anunciou que vai produzir um veículo híbrido “plug-in” (que também pode ser carregado em tomadas) na fábrica de Araquari (SC). O novo produto absorverá uma parte dos R$ 500 milhões que vêm sendo investidos no país há dois anos.


Com isso, os novos ciclos de investimentos da indústria de carros e comerciais leves no país sobe para R$ 115,55 bilhões. O valor soma o total de recursos anunciados para o período que vai de 2021 a 2032. Espera-se, para breve, um movimento semelhante dos fabricantes de caminhões e ônibus, cujos programas anunciados entre o fim da década passa e início desta estão prestes a terminar ou já foram consumidos.


A indústria de autopeças se prepara para acompanhar o ritmo das montadoras.


Com a expectativa de aumento do índice de nacionalização dos veículos, o que significa mais encomendas de itens fabricados no Brasil. O Sindicato Nacional da Indústria de Componentes (Sindipeças) revelou ao Valor a intenção de revisar projeções de investimentos do setor este ano. A previsão inicial era de crescimento de 2%. Avaliação preliminar mostra agora que, com os recentes anúncios das montadoras, o aumento poderá chegar a 5%, o equivalente a R$ 6,1 bilhões apenas em 2024.


Confira abaixo os recentes anúncios de investimentos das montadoras no Brasil:


Stellantis: R$ 30 bilhões


O novo plano da Stellantis para o Brasil vai somar R$ 30 bilhões no período entre 2025 e 2030 e será praticamente todo direcionado à produção de carros híbridos movidos a etanol. O primeiro deles começará a ser produzido e vendido no segundo semestre deste ano.


Toyota: R$ 11 bilhões


A Toyota definiu um pacote de investimentos de R$ 11 bilhões entre 2024 e 2030, o maior da sua história de 66 anos no país. Parte dos novos investimentos será destinada a uma reestruturação industrial, que prevê o fechamento da fábrica de Indaiatuba (SP) e ampliação da capacidade em Sorocaba (SP), além do desenvolvimento de novos veículos híbridos flex.


Volkswagen: R$ 16 bilhões


Além do aporte de R$ 7 bilhões, anunciado em 2021 e que se esgota em 2026, em janeiro, a montadora alemã acrescentou mais R$ 9 bilhões até 2029. Com o novo ciclo, a Volks pretende desenvolver uma plataforma totalmente nova para a produção de veículos híbridos a etanol. O novo motor híbrido será produzido na fábrica de motores que a empresa tem em São Carlos (SP).


General Motors: R$ 17 bilhões


No começo de fevereiro, o presidente da divisão internacional da americana General Motors, Shilpan Amin, esteve em Brasília para comunicar o investimento de R$ 7 bilhões nos próximos quatro anos. Os novos recursos se somam aos R$ 10 bilhões que foram anunciados no início da década e que se esgotam neste ano.


Hyundai: R$ 5,45 bilhões


O presidente mundial da coreana Hyundai, Eui-sun Chung, anunciou ao governo brasileiro, em fevereiro, o compromisso de investir em novas tecnologias para carros híbridos, elétricos e movidos a hidrogênio verde. Desde 2012 a montadora tem uma fábrica em Piracicaba (SP), onde produz o HB20 e o Creta.


Renault: R$ 5,1 bilhões


Em outubro do ano passado a francesa Renault anunciou um investimento global de 3 bilhões de euros para renovar as linhas de montagem em países fora da Europa. O Brasil receberá cerca de R$ 2 bilhões desse aporte. Com os valores programados nos últimos anos, o total dos investimentos chega a R$ 5,1 bilhões.


Nissan: R$ 2,8 bilhões


No início de novembro, o presidente mundial da Nissan, Makoto Uchida, anunciou investimento adicional de R$ 1,5 bilhão ao plano definido no ano passado. Com isso, a fábrica de Resende (RJ), inaugurada há dez anos, receberá R$ 2,8 bilhões entre 2023 e 2025. O plano contempla a produção de dois novos utilitários esportivos.


Caoa: 4,5 bilhões


A brasileira Caoa espera investir cerca de R$ 1,5 bilhão na fábrica de Anápolis (GO) para incrementar a produção da marca chinesa Chery e também da coreana Hyundai, que refez contrato de parceria com o grupo brasileiro. Os planos de eletrificação e produção de modelos híbridos envolvem, ainda, um aporte de R$ 3 bilhões, anunciado em agosto. Os recursos serão aplicados até 2028.


BYD: R$ 5 bilhões


A fabricante chinesa de carros elétricos já iniciou as obras para a construção de uma fábrica em Camaçari (BA), na mesma área onde ficava a antiga unidade da Ford. O plano é produzir veículos híbridos e 100% elétricos. Os investimentos para a primeira etapa foram revistos recentemente e somam, agora, R$ 5 bilhões.


Great Wall Motor: R$ 10 bilhões


A montadora chinesa Great Wall Motor, que começará a produzir modelos híbridos este ano, tem um plano de investimento total no país de R$ 10 bilhões. Cerca de R$ 4 bilhões estão sendo investidos na fábrica em Iracemápolis (SP) até 2025. Outra parcela de R$ 6 bilhões deve ser aplicada até 2032.


HPE (Mitsubishi): R$ 4 bilhões


O grupo brasileiro HPE, representante da Mitsubishi no Brasil, vai investir R$ 4 bilhões para adequar a fábrica de Catalão (GO) para o início de produção de novos veículos e também para o desenvolvimento de tecnologias, incluindo versões híbridas flex, que poderão ser abastecidas com etanol.


BMW: R$ 500 milhões


No dia 10 de abril, a BMW anunciou que produzirá o híbrido “plug-in” X5 na fábrica de Araquari (SC) a partir do último trimestre. A principal diferença entre um híbrido convencional - equipado com um motor a combustão e outro elétrico, que se alternam - e o plug-in é que, o último permite recarregar as baterias também em tomada, o que garante melhor aproveitamento do sistema elétrico. A produção do modelo no Brasil está inserida no plano de investimento de R$ 500 milhões, anunciado em 2021.


Honda: R$ 4,2 bilhões


Na sexta-feira (19), a montadora japonesa revelou ao governo federal um novo programa, de R$ 4,2 bilhões, destinado à fábrica de Itirapina, no interior de São Paulo. O investimento começará ainda este ano e se encerrará em 2030. A montadora se junta às concorrentes que anunciaram a intenção de desenvolver e produzir no Brasil veículos híbridos flex, aproveitando o potencial do etanol brasileiro. A direção da empresa também anunciou que vai lançar um veículo totalmente novo.


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